
“Definir é sempre limitar.” Réné Guénon
O pensamento ocidental está desde a muito tempo acometido desses dois erros, que se parecem antagônicos, porém se completam. O racionalismo exarcebado e pueríl que não faz mais que riscar a tinta que cobre os fatos e o sentimentalismo, que nada mais é que uma justificativa para as respostas que fogem da lógica e não possuem embasamento empírico para o seu pensador.
O filófoso e antropólogo francês, Réné Guénon já alertava sobre sobre esses vícios mentais que fogem da intelectualidade, pois abrem as portas para ferramentas de pessoas preguiçosas como os “sofismas” ou um $$$$ “reductio ad absurdum”.
As apresentações desses pensamentos aparentam ser corretas, seguem uma evolução lógica e possuem fatos em que se basear, mas onde está o erro?
O erro está na definição, que como fala o autor acima que é feita dentro de um limite que possibilita a manipulação tanto do que se quer expor como também do pensamento do receptor dessa mensagem manipulada. O melhor exemplo disto é a “propaganda de guerra” criada pelos comunistas e imitada por Hitler e seus seguidores.
Um exemplo clássico para isso, no filme “Matrix”, o personagem Morpheus explica para Neo o que seria Matrix como tudo que se vê, toca, cheira, ouve ou experimenta (paladar) é o mundo real e que tudo seria impulsos elétricos, portanto, manipuláveis por uma máquina.
O que falta nesse exemplo, o que ele nos induz a pensar? Que tudo que não vemos, não escutamos, não tocamos ou nem sentimentos, não existe! Ora, e o esoterismo e portanto, onde está Deus nisso tudo?
Devo lembrar que Morpheus era o Senhor do Sonho e portanto, a realidade não lhe pertence e que a espiritualidade foi reconhecida pelos filófosos antigos, mesmo por aqueles que eram “atéus”. A intelectualidade humana vai além dos cinco sentidos e abrange a realidade em todos os seus níveis.
O sentimentalismo é outra armadilha, pois o ser humano costuma dividir o universo em coisas que gosta e aqueles que ele não gosta. Tive um professor de matemática que dizia, “os matemáticos passam a vida inteira dividindo os números segundo o gênero ou classe para depois aparecer um aluno e dizer: eu gosto desse número e não gosto daquele.”
Fica fácil manipular as pessoas assim, basta ver quantos posts temos em redes sociaís que são mera manipulação onde uma mulher idosa é morta a pauladas e não gera tanta comoção como um cachorro que é morto por um segurança.
Como fugir dessas armadilhas? Basta recorrermos aos que antes de nós já estiveram na mesma situação. Aristóletes procurava o maior número de pontos de vistas diferentes sobre o mesmo problema, porém ele mesmo dizia que deviamos ter como base, aqueles que fossem os mais capacitados a falar sobre o assunto. E isso começa a funcionar como um filtro e nunca podemos esquece dos nossos princípios e de nossa moral, para que possamos no final, em caso de dúvida, fazer a prova tripla de Sócrates, a chamada “Três peneiras de Sócrates” (verdade, bondade e utilidade).
Se utilizardes disso, não terás riscos de manter idéias ruins ou de repassá-las aos outros apenas para criar o mal. O seu esforço será melhor canalizado e seu talento muito mais útil à humanidade.
“… Cada um de nós é como um homem que
vê as coisas em um sonho e acredita
conhecê-las perfeitamente, e então desperta
para descobrir que não sabe nada…!”. Platão
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