O partido e o governo

Aonde está a divisão?

A minha pergunta se refere as manifestações da opinião de um certo partido de oposição que há vinte anos entrou no governo e agora impõe uma falsa “democracia” e se diz vítima. Nos monitores  do sistema de transporte de São Paulo aparece uma propaganda dizendo, conhecer para não repetir, que fala sobre o que chama de “Golpe Militar de 64” e que este teria implantado uma ditadura civil-militar e que teriam sido cometidos “muitos” abusos contra os direitos humanos.

A Contra Revolução de 1964 foi feita para se evitar uma ditadura comunista aos moldes da antiga União Soviética, Cuba e China. Se houve violência, não se pode negar mas ocorreu de ambas as partes. Detalhe este sempre omitido por este partido e por seus apoiadores. Como também que os militares não foram derrubados, eles sairam do governo e permitiram que fosse possível se montar uma estrutura democrática de tão grande amplitude que até mesmo os seus opositores pudessem chegar ao governo. Não seria tão simples deixar como herança, medidas administrativas e leis que impedissem que “certas pessoas” chegassem ao poder, como antigos guerrilheiros e terroristas.

Mas o que me preocupa nesse momento é, pode a máquina administrativa ser usada para propagar as idéias de um grupo em detrimento aos demais, o nosso dinheiro coletado na forma de impostos ser a fonte pagadora desse tipo de propaganda?

A revolução, se quiser resistir, deve permanecer revolução. Se se transforma em governo, já está falida… Os lugares que deixaram de ter uma revolução permanente recuperaram a tirania.” Fonte – Aprire il fuoco Autor – Bianciardi , L.

Poluição Visual no Metrô

Somos obrigados a ver tanta propaganda

Apesar da lei que proibe outdoors nas ruas de São Paulo ou placas fora de uma certa medida para que não sejam feitas excessívas distrações aos motorista e para tentar padronizar a paisagem da cidade. O mesmo não vale para as estações e os trens do metrô de São Paulo.

Acompanhei alguns comentários a respeito dessa lei, tanto contra ou a favor, o que me causou estranheza é que falam a respeito da liberdade de escolha do indivíduo que anda pela cidade, que esta liberdade estaria sendo violada pois os indivíduos não poderiam fechar seus olhos quando passam por essas propagandas. Contudo ninguém fala sobre essa liberdade quando o assunto é mídia, tanto a televisiva, a impressa ou ainda a internet.

A lei que proibe o uso de outdoors na cidade, apesar de coercitiva sobre a forma de propaganda, ela é democrática no quesito de quem é regulamentado, ou seja, todas as empresas devem acatar essa lei, independente de seu tamanho ou de sua atividade comercial. Quanto aos advogados opinarem sobre isso, parece bastante improdutivo, visto que eles ainda seguem em sua própria atividade, uma antiga norma para que a sua propaganda seja bastante discreta e se limite a pequenas plaquetas e aos cartões pessoais.

O metrô é bastante loquente nos quesitos de falar sobre si mesmo, dando ares de primeiro mundo aos serviços prestados, contudo, os serviços ainda carecem de uma humanização, como toaletes, bebedouros, fraldários e assentos nas estações, como também a diminuição gradativa dos assentos dentro dos vagões. Os avisos que recebemos são apenas as obrigações dos passageiros e as normas de uso dos trens, mas e as responsabilidades dos funcionários dos metros e da instituição com os seus usuários.

Em particular, existe uma norma que proibe que se peça esmola ou se pratique o comercio ambulante nos trens e nas estações e ainda pede para que os usuários não encorajem tais atividades, contudo, o que torna isso uma incoerência são os cartazes e os monitores espalhados pelas estações e pelos trens, uma verdadeira poluição visual. O comércio ambulante e as esmolas são proibidas, contudo, o metrô não se cansa em “passar o chapéu” para multinacionais com propagandas de filmes e para uma grande emissora de tv aberta com chamadas sobre novelas e espaço para moda com referência aos artistas dessas novelas.

Diferente da lei dos outdoors, o metrô faz distinção em suas normas e prestigia aos grandes contratos, dando aos estrangeiros uma imagem falsa de prosperidade. Os usuários são desprezados em poderem opinar sobre as imagens que são obrigados a assistir no metrô e ainda não possuem um serviço a altura do preço pago. Diferente do ônibus, no metrô, o passageiro paga antes de entrar no trem, ou seja, receber o serviço e não existe a gratuidade se sair da estação, apenas se mudar de linha (diferente do ônibus). Outras coisas que faltam, seria um informe nas plataformas de quanto tempo demoraria o próximo trem e quais as normas (fixadas nas paredes) que os serviços de metrô são obrigados a realizar, qual o tempo máximo de espera nas estações e quais os motivos das paradas entre estações.

Fora dos chamados  horário de pico, costuma-se fazer pausas entre as estações ou ter um maior tempo de parada, sem qualquer justificativa da empresa ou comunicado aos passageiros, sendo uma afronta aos direitos dos cidadãos e quando falam em  melhoria, fazem catracas de vidro que na verdade, possuem como objetivo impedir a passagem livre de crianças menores e estão sempre querendo diminuir o limite de idade para que esses possam receber a gratuidade.

“Povos livres, lembrai-vos desta máxima: A liberdade pode ser conquistada, mas nunca recuperada.”  Jean-Jacques Rousseau

Uns comem o bife, outros roem o osso!!!

Espanha estuda uma “taxa” Google

Ao aderirem a corrente de pensamento de países como Alemanha e França, os editores dos principais jornais espanhóis pedem ao governo, a criação de uma “taxa” Google, para que o site de buscas pague por material criado pela imprensa e usado em seu “buscador”. A medida foi aprovada durante a Assembléia Anual da Asociación de Editores de Diarios Españoles (AEDE) Associação de Editores de Jornais Espanhóis, realizada ontem, segundo a entidade, a taxa não afetaria os usuários finais, apenas os sites de buscas.

Segundo o presidente da AEDE, José Maria Bergareche,  “Eles põem em perigo a consolidação e o futuro dos jornais digitais, e, portanto, o acesso dos cidadãos a uma informação livre, qualidade na Internet”. Para tanto, tem agendado encontros com autoridades para alinhar as suas reivindicações que são semelhantes as entidades defensoras de sua classe em outros países como França e Alemanha.

Na Alemanha tramita no Parlamento (Bundestag) um projeto de “propriedade intelectual” que prevê a cobrança pelo uso de notícias criadas pela imprensa e na França, um projeto que cobra taxas sobre o uso de material publicitário nos sites de busca.

Até no Brasil, os editores de jornais reclamam que o Google, utiliza material de qualidade produzido localmente, mas se nega a qualquer negociação a respeito de se remunerar pelo uso dos mesmos.

Segundo  Bergareche, ninguém se opõe a circulação de notícias via sites de busca, apenas queremos que seja remunerada  a criação de tais conteúdos e lembra que, segundo estudos da TELOS, de cada 10 notícias vinculadas pela Internet, 7 são criadas pela imprensa mas 80% da renda com publicidade via internet fica nas mãos dos sites de busca. O que gera uma grande divergência, quem cria a notícia, rói o osso e quem a vincula gratuitamente, come o bife.

A circulação dos jornais espanhóis caiu 6% o ano passado e a renda com publicidade, em torno de 12%. E as perspectivas são de que esse quadro não mude para o próximo ano. Uma crise endêmica e prolongada que não tem sinal de acabar tão cedo.

Austrália tem lei de impostos anti-Google

Pretende não permitir a evasão de divisas

O primeiro país fora da Europa a pensar em mudar sua lei fiscal para coibir os abusos das grandes multinacionais, a Austrália aprovou nesta quinta feira, mudanças em suas leis fiscais. Países como França, Alemanha e Inglaterra estudam formas de se cobrar esse novo tipo de imposto.

A iniciativa, segundo o funcionário do tesouro, David Bradbury é para dar uma justa parte do ganho obtido no país pelas grandes empresas, sendo mais específico ele cita o caso do Google Austrália: “Embora os acordos são assinados com publicidade do Google na Austrália, na realidade, eles estão comprando publicidade para uma subsidiária da Google com sede na Irlanda”.

Na Austrália a taxa de imposto é de 30%, enquanto na Irlanda a 12,5%, ou seja, 1/3 do valor que seria economizado, as empresas se utilizam de brechas na lei para tornar legal tal medida.

O Google respondeu positivamente as novas medidas, da mesma maneira que agiu na Europa, declarando ajudar a economia do país e a diversas empresas locais, dando oportunidades e empregos.

Bradbury explica que a estrutura do Google é bastante complicada, pois esta paga a subsidiárias na Holanda que se submetem a outra companhia nas ilhas Bermudas, onde não existem impostos para empresas. Os casos de outras companhias como a cafeteria Starbuck, a Apple e Amazon são semelhantes, mas na Europa se estuda medidas que possam ser adotadas em comum para todos os países do bloco.

Fonte: El País

Um grande salto de Marketing

Um pequeno passo e uma grande queda

A queda foi de Felix Baumgartner, o intrépido paraquedista austríaco que bateu vários recordes, como o de mais alto salto, a maior velocidade em queda livre e a maior altitude para um balão tripulado mas que infelizmente não quebrou o de maior tempo em queda livre. Recorde esse realizado por outro paraquedista há cinquenta anos, que coincidentemente fazia parte de sua equipe de apoio.

Inversamente proporcional a essa queda foi repercussão do seu feito para o seu patrocinador, a Red Bull que ganhou em termos de publicidade, o equivalente a um anuncio mundial de quatro horas de duração. O feito do paraquedista filmado minuto a minuto não deixava de mostrar o logotipo do anunciante e isto foi divulgado em diversos meios, principalmente pela internet. Alguns chegaram a comparar o evento a chegada do homem a lua de 1969.

O modelo seguido pela Red Bull é chamado de “branded content” (marca em conteúdo), uma formula em que o conteúdo do evento é misturado a marca que o patrocina. Formula que na maioria das vezes, uns 95%, não alcançam o resultado esperado. Diferente do que acontece com a Red Bull, que alcançou excelentes níveis de repercussão em seus eventos. Suas características são o patrocínio completo do evento e usar de um grande apelo emocional para a sua divulgação.

Desta forma, a empresa se compromete totalmente com os riscos, como em alguns fracassos no passado e até mesmo casos de morte. Contudo, a forma com que esses eventos são criados cria uma repercussão que vai muito além do sistema tradicional, ou seja, a propaganda da marca não é a única forma de propagar o evento. A importância do evento é tanta, que outras mídias se encarregam em mostrá-lo, como no caso da internet e dos telejornais e jornais pelo mundo a fora. Como se uma rede em cadeia fosse acionada e o resultado é muito maior do que os custos para o evento eram capazes de cobrir.

O retorno para a Red Bull está sendo incomensurável em termos de publicidade e vendas. Feito este comparado pelo El País ao patrocínio dado por Isabel de Castela ao navegador italiano Colombo, rainha lhe deu três caravelas e alguns marinheiros, caso o evento não desse certo, a Espanha não perderia muito, como deu certo, ganharam o Novo Mundo e o seu nome entrou para a história.

Fonte: El País