Frase infeliz mas acertada
Primeiro, um aviso para os leitores, o título nada tem a ver com Sua Santidade, o Papa Francisco. O texto se refere ao nosso senso de justiça que é descaradamente manipulado pela mídia ao nos darem as notícias como matéria prontas, como se fossem um pão recém assado. As premissas apresentas, muitas vezes, corretas e verdadeira são conduzidas por associações “levianas” a darem um resultado falso ou parcial sobre um assunto.
Hoje, felizmente já estão disponíveis no Brasil, sites de pensadores, como o filósofo Olavo de Carvalho que apontam para essas falhas em nossa mídia. Mostram a falta de matérias e de assuntos que apenas existem em outros idiomas e como a nossa visão ( a visão de um brasileiro) está distorcida, em relação aos estrangeiros.
Desde a política, a ciência, a economia, a religião e a filosofia são áreas afetadas por essas distorções, como quando lemos uma notícia do tipo, “Protestantes e católicos entram em confronto na Irlanda”, pode parecer a príncipio ser normal, mas apenas um fato aqui está informado errado, nos países Ingleses, como na Irlanda o confronto não é com Protestantes, mas sim, Anglicanos, que no caso são Católicos, a única diferença é que não Católicos Apostólicos Romanos como no resto do mundo, ou seja, eles não seguem o Bispo de Roma, o Papa.
Com esse tipo de notícia somos levados a ter opiniões discrepantes de nós mesmos, como pode um brasileiro que é levado pela mídia nacional a ser contra a volta do sistema monárquico (de qualquer forma) em nosso país, mas se torna uma verdadeira “tiete” quando aparece notícias sobre a “família real inglesa”. Quantos estavam aguardando o nascimento do filho do príncipe William. Somos ou não somos “adestrados”?
Quando se fala sobre o direito de “retorno” dos judeus as terras da Palestina e muitos concordam com isso, a Diáspora foi a mais de 1.000 anos atrás e os seus “herdeiros” teriam realmente direito legítimo a essa terra. Se você acha que sim, porque não pensa da mesma maneira a respeito dos índios brasileiros, não deveriamos devolver pelo menos as terras próximas as capitais, nas quais haviam historicamemte tribos no momento das criações dessas cidades e pode, com isso, ser provado e como podemos afirmar que essas terras já não pertenciam a esses indígenas há diversas gerações.
Países antigos, como o Egito e a Turquia reinvidicam que nações imperialistas como Inglaterra e França, devolvam obras de arte e tesouros saqueados em outras épocas. Situação um tanto dificel de ocorrer, mas justa do ponto de vista de nações que foram colônias. Mas não encontramos apoio desse tipo de idéia em nossa nação.
Não seria justo pedirmos o retorno do ouro e das pedras preciosas saqueadas do Brasil, pelo Império Britânico, através do “insípto” governo português. No momento em digo isso, muitos gritam que as relações comerciais na época do Brasil colônia e na chegada da família real portuguesa foram legítimas. Pergunto então, legítimas para quem? A Inglaterra usou e abusou da situação de Portugal frente à ameaça de invasão por parte de Napoleão Bonaparte.
Para quem quiser verificar, recomendo ler o interessante livro “1808” de Laurentino Gomes, lá poderam ser vistos a forma arrogante e cínica com que o governo inglês fez para dar a proteção a corte de Portugal, o quanto lucraram com acordos e as vendas de todos os tipos de produtos que não tinhamos necessidade e as vantagens que estão além do “ilícito”, mostra o quanto estamos com visões enganadas a respeito dessa época.
Os ingleses que cometessem crimes em territórios brasileiros não seriam julgados por brasileiros, mas por um tribunal inglês, tinham direito a liberdade religiosa e poderiam professar a religião que quisessem. Diferente dos portugueses e brasileiros que estavam obrigados pela corte portuguesa a ter a mesma fé que seus regentes.
A Igreja Católica sempre vista como vilã pelos nossos historiadores, se mostra muito mais vítima, a coroa portuguesa restringia por normas, as estradas e as escolas no Brasil e os Padres católicos eram muito mais “revolucionários” do que se parecia. Ao entrarem em territórios novos e erguerem escolas, como ao catequizarem os índios, estavam em afronta com os ditames do regime português, o que melhor explica a expulsão futura dos jesuitas pelo Marques de Pombal.
Quando julgamos que algo está certo ou errado pelo o que a mídia mostra, podemos estar na verdade é “dando um murro” na pessoa errada. Apenas porque o nome muda, o fato continua o mesmo, hipocrisia é julgar alguém por “crime de guerra”, afinal, toda guerra é um crime, o que na verdade ele está sendo julgado é por ter sido incompetente e ter perdido a guerra.
Devemos analisar com cuidado os atuais movimentos sociais, além do que reinvidicam, esses movimentos abrem brechas para novas situações que se ampliadas podem dar espaço a queda de valores morais e sociais. Não é que as novas formas de “relações” humanas que causam dano, mas perdermos as velhas formas de convivência. As pessoas enxergam as relações entre homens e mulheres, pais e filhos, como algo simplesmente atual mas não percebem que essas relações foram estruturadas a diversas gerações e que aprendemos com os erros do passado, os antropólogos provam que existem tantos detalhes que foram criados, aceitos e mantidos há milénios. Uma pessoa que foi criada fora do convívio social não consegue se inserir nesse universo tão exigente, numa fase adulta.
Os exemplos podem parecer “esdrúxulos” mas demonstram o universo da mídia brasileira, um mundo caótico e dirigido para que sempre digamos sim, não existe liberdade de expressão em uma prova com multíplas respostas. Basta colocar as respostas exatas para dirigir o leitor por meio de “eliminação” a dar como certa a resposta que “nós” queremos.
“A mídia não é apenas a mensagem. A mídia é uma massagem. Estamos constantemente sendo acariciados, manipulados, ajustados, realinhados, e manobrados.” (Joey Skaggs )