O Lema dos Cavaleiros Templários

Non nobis Domine, no nobis sed nomini Tuo da Gloriam Continue lendo

Para bem entender o Naruto!!!

O desafio das invasões das culturas orientais

Muitas pessoas temem uma inversão de valores causadas pelos quadrinhos japoneses, chamados de mangás e seus sub-produtos, como desenhos animados, figurinhas, brinquedos e jogos de vídeo-game. Mas acredito não ser nada disso que propagam por aí. Ultra-direitistas religiosos na falta do que fazer, produzem textos medíocres cheios de rança contra qualquer coisa que não entendam, e olha que a lista é grande.

Conheci esse personagem, Naruto, devido ao meu filho caçula e confesso que pelo entusiasmo dele, quis eu aprender um pouco mais sobre esse novo universo. Fui é claro, primeiro compelido pelo cuidado, afinal, algo que seja tão emocionante a uma criança deve ser sempre analisado com desconfiança.

A história de Naruto é bem simples, um menino com origem obscura que quer se tornar um grande guerreiro, na verdade, ele quer se tornar o maior de todos, o Hocage (chefe de sua tribo). No princípio, ele se parece com qualquer criança, com vários defeitos, é preguiçoso, bagunceiro, não gosta de autoridades, muito rebelde, é guloso (principalmente pelo prato que no desenho dizem ele ter de evitar, lámen de porco) e não tem nenhuma facilidade em fazer amigos. Na verdade, ele é até hostilizado e sofre “bulying”, ou seja, que jovem de hoje em dia não se espelha em um personagem assim.

Em sua trajetória, sempre com sorte e tiradas de muito humor, ele vai estudando para ser um “ninja” e aprende as técnicas do “ninjutsu” a arte de lutar. Claro que, com diversas misturas de poderes sobre-humanos e sistemas de disciplina e muito treinamento.

O que deve ser mostrado aos nossos jovens é que, tirando as partes “incríveis”, golpes que podem destruir um prédio, criar cópias de si mesmo ou uma bola de luz que sai da mão, o que o Naruto realmente aprende em sua jornada são os valores que devemos construir em nossas vidas. O valor da amizade, a honra de se fazer um serviço bem feito, a prestatividade que devemos aos outros, a lealdade com aqueles que contam conosco, a honestidade como forma de conduta.

Para conseguirmos isso, como o Naruto que a princípio é preguiçoso e rebelde, devemos aprender o valor da disciplina e do treinamento constante. O personagem aprende sempre da forma mais difícil e acaba no final do episódio concordando, da sua forma, com aquilo que os adultos tinham lhe ensinado.

Para um parâmetro, os jovens não são tolos. Antigamente queriam proibir, aqui no Brasil, revistas dos Chico Bento, porque ele é um caipira que não fala certo. As crianças que leem esse gibi, sabem que ele fala assim porque é parte do personagem, ele vive no sítio e as crianças não vão aprender a falar errado por causa dele.

A disciplina dos Cavaleiros Templários

Para mostrar aos jovens que ser Cristão pode ser emociante e cheio de aventuras quanto ao Naruto, ensine-lhes sobre os Pobres Cavaleiros de Cristo e do Templo de Salomão. Eles eram realmente tão disciplinados e esmerosos em  seus treinamentos e tinham uma vida de muita ordem. Seguiam a Regra do Templo, livro escrito por São Bernardo que lhes era a forma de se conduzir, tanto na guerra como na paz. Rezavam diversas vezes por dia ( o número certo é discordado por alguns autores) seguiam as horas sagradas e ouviam os Salmos em seus desjejuns.

Como monges, só podiam fazer duas coisas, Ora et labuta, rezar e trabalhar, ou seja, seu trabalho era dividido em treinamento com armas, patrulhas e defesa dos peregrinos que vinham a Terra Santa e posteriormente a contabilidade das grandes fortunas dos reinos europeus. Os votos de pobreza, castidade e lealdade lhes conferia um “status”  de monge e neste tipo de vida, ao abrir mão de todos os bens materiais, havia uma equidade entre homens de diversas origens.

A Fé desses homens lhes conferia um escudo espiritual notável, além da armadura, o que lhes valeu uma fama de poderosos inimigos, que mesmo na derrota iminente não se rendiam e presos, não eram convertidos. Podiam ter apenas a roupa (a batina e a malha de ferro), as armas e o cavalo.

Este modo de vida pode ser conferido em textos, como nos Exercícios Espirituais de São Inácio de Loyola ou textos de São Thomas de Aquino. O que falta hoje em dia é um resgate desses valores, não existem inimigos a derrotar, como nas Cruzadas, mas os desafios do dia a dia. Se reclama muito dos vícios e daquilo que é mostrado cedo demais aos jovens, como sexo e violência e que os jogos e a Internet tornam as pessoas preguiçosas e desatentas.

Ensinar os valores da disciplina e da ordem, pode ser a resposta direta a esses problemas e colocando ainda a fé, como valor imprescindível, que caminho melhor para eles. Que se tornem os “guerreiros” da atualidade que combatem os males do mundo moderno e digital.

Cavaleiros Templários – Segunda Parte

Das Cruzadas a crise

“As cruzadas tomaram Antioquia (1098), Jerusalém (1099), e estabeleceram oprincipado de Antioquia, o condado de Edessa e Trípoli, e o Reino Latino de Jerusalém, os quais sobreviveram até 1291. A esta seguiram-se a Segunda Cruzada (1145-48) e a Terceira (1188-92) no decorrer da qual Chipre caiu sob domínio latino, sendo governado por europeus ocidentais até 1571. A Quarta Cruzada (1202- 04) desviou-se do seu curso, atacou e saqueou Constantinopla (Bizâncio), estabelecendo domínio latino na Grécia. A Quinta Cruzada (1217- 21) foi a primeira do rei Luís IX da França. Contudo, houve também um grande número de empreendimentos menores (1254 -91), e foram estes que se converteram na forma mais popular de cruzada.”

Com a crise entre o Papa Gregório IX e o Imperador Frederico II do Sacro Império Romano começou a ruir a fortaleza que era o poderio dos Templários no oriente próximo. Os muçulmanos atacavam de forma mais metódica, quebravam os suprimentos para os castelos e as cidades mais distantes, de forma a isolá-los do resto do exército de Deus. Isso foi gradativamente gerando uma retirada dos cristãos das terras conquistadas.

Uma vez, foram descritos por Jacques de Vitres, como “leões de guerra e cordeiros no lar; rudes cavaleiros no campo de batalha, monges piedosos na capela; temidos pelos inimigos de Cristo, a suavidade para com Seus amigos”.  Agora, acossados pelas forças da Lua Crescente, perdiam esse brilho, o entusiamo da fé dava lugar a sentimentos mornos, como necessidade de segurança e comodismo. Outra questão que os cativava mais eram as finanças, cuidar das rendas dos reis da Europa e o patrimônio da Igreja tomava cada vez mais tempo e necessitava de muitos mais monges do que antes. Antes guerreiros, agora bancários. A boa vida havia os amolecido.

O desfecho veio em 1291, com a perda da Cidade de São João do Acre, última cidade cristã na Terra Santa. Fato que diminuiu a popularidade da Ordem frente aos soberanos cristãos e fez aparecer uma crise interna. Os mestres estavam desmotivados e não seria difícil ruir o sistema que restou.

Um país com um Rei endividado, com herdeiros de pouco valor e com muitas pretensões foi quem visualizou a chance de dar um bote nessa rica e outrora importante Ordem. Felipe IV, o Belo, rei de França, foi quem melhor se encontrava perante os Templários. Seu opulento reinado escondia uma grave crise financeira, seus herdeiros estavam sempre envolvidos em escândalos e tinha pretensões expansionistas além do seu poderio militar.

Felipe, com a ajuda de seu Guarda Selos, Guilherme de Nogaret, conseguiram a arquitetar a candidatura e a nomeação de um papa francês, um homem fraco de personalidade, Clemente V. Mas Felipe IV, foi muito ardiloso, apesar da lei da Ordem pedir para se evitar, o Grão Mestre, Jacques de Molay, foi padrinho de batismo da filha do rei. Com isso, se tornaram próximos, o bastante para que o rei soubesse muito sobre o funcionamento da Ordem.

O guarda selos foi o encarregado da correspondência entre o rei e o Sumo Pontífice, para que nada desse errado. Em 14 de Setembro de 1307, foram expedidas as ordens de prisão. Cumpridas em 13 de outubro de 1307, uma sexta-feira que criou o mito da Sexta-feira 13. Um dia em que até os poderosos podem cair.

Na prisão, receberam toda sorte de tortura e muitos confessavam o que seja lá que for que os seus torturadores diziam. Que eles adoravam o anjo caído, que veneravam uma figura negra com partes de animal, parte homem. Tudo que os Inquisidores precisavam para uma acusação de heresia, fato este que somente poderia ser “curado” com uma fogueira sagrada.

Queimado na fogueira, Jacques de Molay, antes de morrer convoca os seus algozes a presença de nosso Senhor em até um ano. Ao ouvir tais palavras, o rei responde com um “deveria ter mandando cortar as línguas primeiro.” Apesar do ceticismo, a maldição acontece e em um anos, os três padecem, Guillherme de Nogaret, o Papa Clemente V e Felipe IV o Belo, que morre após um acidente em uma caçada.

Hoje, se sabe que o Papa planejava absolver os Templários e que a figura venerada por esses é o Santo Sepulcro, o véu em que nosso Senhor Jesus Cristo foi envolto em sua morte. Historicamente, esse véu desapareceu durante o período dos Templários, ressurgindo em uma coleção particular depois do desaparecimento da Ordem dos Templários.

Espólio e herança

A Igreja e os reis europeus lutam pelas riquezas da Ordem. As terras e as posses dos Castelos são mais fáceis, a herança filosófica é que foi mais complicado. Muitos são apontados como herdeiros, como a Franco Maçonaria, cuja origens poderiam ser de Mestres que na perseguição, fugiram da prisão indo se refugiar na Escócia.

Em Portugal, D. Diniz recebe ordens do Papa para entregar os bens dos Templários, o que ele fez foi transferir para uma nova Ordem, Ordo Militiae Jesu Christi (Ordem da Milícia de Jesus Cristo), em vez dos Hospitalários, que eram controlados pelo Papa. Um mistério foi a famosa esquadra dos Templários, que zarpou na noite das prisões e despareceu. D. Diniz nomeia o primeiro Almirante português, nessa época e Portugal nem tinha esquadra ainda.

Outros membros poderiam ter se refugiado na Suíça, sendo que antes disso o sistema bancário suíço não existia e os monges conheciam as forma de empréstimo, depósitos de valores e linhas de créditos que seriam o berço dos atuais sistemas bancários. Da Suíça, sairiam depois, soldados bem treinados que se tornariam mercenários em diversos exércitos europeus, como a famosa Guarda Suíça do Papa, que por sua lealdade se tornaram a guarda pessoal do Santo Padre.

Os membros restantes teriam mudado de nome e fugido para terras mais distantes a bordo de navios da Ordem.

Cavaleiros Templários

Cavaleiros Templários

A Ordem dos Pobres Cavaleiros de Cristo e do Templo de Salomão ou Ordo Pauperum​ Commilitonum​ Christi Templique Salominici, que ficou conhecida por Milícia de Deus ou simplesmente Templários, foi criada após a 1ª Cruzada, em 1118 por Hugo de Payens e mais oito cavaleiros sob a égide do Rei Balduino II de Jerusalém. Seu objetivo era de proteger os peregrinos que viajariam a Terra Santa, agora que fora libertada dos sarracenos. Apesar da nova autoridade, os muçulmanos e ladrões atacavam constantemente as caravanas de cristãos em visita aos lugares sagrados.

Os cavaleiros foram eles recebidos pelo Papa Honório II, que não apenas concordou, mas concedeu diversos benefícios a nova Ordem como isenções, benefícios estes, ratificados em decretos de seus sucessores (sumos pontífices). ​A Bula Omne datum Optimum de 1139, escrita por Inocêncio II, reconhece a Ordem, seus usos e costumes(consuetudines)​ e estabelece que a mesma não deve obediência a nenhum poder secular ou eclesiástico e que o chefe da Ordem deve se comunicar​ diretamente ao Papa.

A bula ​​Milites Templi, garante os privilégios e ​a bula Militia Dei​​​ corrobora com mais privilégios, a templario.jpgordem se torna uma das mais favoritas entre a cristandade e alvo de uma crescente caridade. Os números de membros cresce, assim como o poder da ordem. Os monges guerreiros renunciam a qualquer riqueza mas mantém seus títulos, como o de manter cavalos, que na Idade Média era uma forma de demonstrar poder. Um fidalgo com dois cavalos para montar era raro, porém um Templário chegava a ter cinco. A divisa, tirada dos Salmos 115:1, “Non nobis Domine, non nobis, sed nomini tuo da gloriam” significa, não a nós, Senhor, não a nós, mas a teu nome dá glória.

A Regra Militar dessa Ordem de Monges foi escrita por São Bernardo de Claraval, que se baseou em sua Ordem, a cister​ciense, cuja vida monástica era bastante austera.

Os 9 Fundadores da Ordem:

  1. Hugo de Payens (ou Payns)
  2. Godofredo de Saint-Omer​​
  3. Godofredo de Bisol ( ou Roral ou Rossal, ou Roland ou Rossel);​
  4. Payen de Montdidier ( ou Nirval de Montdidier);
  5. André de Montbard (tio de S. Bernardo);
  6. Arcimbaldo de Saint-Amand, ou Archambaud de Saint-Aignan;
  7. Hugo Rigaud
  8. Gondemaro, (ou Gondomar);
  9. Arnaldo ou Arnoldo​​​​

A ordem passou a ter duas divisões interna, a dos guerreiros e a dos que contabilizavam, ou seja, começou a criar um sistema monetário interno na Ordem, pois os monges não podiam portar dinheiro e tudo era repassado ao Capítulo (divisão interna da Ordem) a qual faziam parte, como as doações e os bens que conseguiam nos saques das cidades conquistadas. O espólio de guerra, que normalmente era dividido pelos soldados, para eles de nada serviam, pois o que interessava a eles, eram os bens espirituais. Seria bem possível que eles fossem os responsáveis pelo transporte das relíquias sagradas da Terra Santa para a Europa e pela distribuição dessas relíquias pelas Igrejas com as quais mantinham contato. Seguiam as tradições dos monges, como a leitura da regras durantes as refeições, pois todos deveriam ter conhecimentos delas, mas alguns eram “iletratis” ou sejam, não sabiam ler e escrever em Latim e não podiam compreender sozinhos os manuscritos.

Com os bens que começaram a gerir foi possível criar um sistema de empréstimos, cujos principais clientes eram reis e grandes comerciantes europeus. Outro ponto foi que começaram a guardar os bens de terceiros, numa primitiva forma de poupança, ou seja, os soldados de Deus, protegiam as grandes fortunas dos aristocratas que lhes eram confiadas. Isto foi ampliado pelos privilégios que lhes foram conferidos pelos Sumos Pontífices, como o de não pagar impostos e pedágios, comuns nas terras feudais. Quando viajantes atravessam de um feudo para outro, ficam

Um destaque foi o poderio militar, apesar de não ser a mais numerosa força, era extremamente eficiente em batalha. O motivo disso residia em suas armas, sempre as melhores espadas, lanças, arcos e flecha e machados vindos dos melhores fabricantes, como os do sul da Espanha e do Império Sacro Romano. Isso lhes deu uma fama notória entre seus inimigos. Foram descritos por Bernard de Clairvaux​ (São Bernardo) como “Um Cavaleiro Templário é verdadeiramente, um cavaleiro destemido e seguro de todos os lados, para sua alma, é protegida pela armadura da fé, assim como seu corpo está protegido pela armadura de aço. Ele é, portanto, duplamente armado e sem ter a necessidade de medos de demônios e nem de homens.” Ou seja, mesma na derrota iminente, eles não se entregavam, seguros de sua fé. A rendição não era palavra de seu vocabulário e isso era conhecido pelos sarracenos que pensavam muito antes de enfrentá-los.​

A comunicação também se tornou um ponto de destaque para os Templários, os numerosos castelos controlados por eles na costa do Mediterrâneo fazia com que as notícias de ataques mouros rapidamente chegassem a todos na região e uma defesa seria imediatamente preparada. A rotina de orações, pelo menos seis ao dia e treinamento militar deu a essa ordem uma eficiência somente vista no apogéu do império Romano. Os monges seguiam quase todos os votos, apesar de, na ordem serem aceitos casados (o que contraria o celibato), mas as sua viúvas eram amparadas, mesmo que os irmãos devessem evitar o contato com as mesmas. Não podiam beber, exceto vinho batizado com água, antes da “Véspera”, leitura do anoitecer, acompanhado por uma leve refeição.

Em 1229, o Papa Gregôrio IX, com a bula Ipsa nos cogit pieta​s, isenta os Mestres templários de pagar impostos devido a continua manutenção da guerra contra os ​infiéis. ​​O Papa tinha interesse em manter o controle na Terra Santa em virtude de sua rixa com Frederico II, Imperador do Sacro Império​ Romano. Pois Frederico se recusava a ajudar na XI Cruzada e o Papa acabou excomungando o Imperador. Sua missão na terra Santa seria uma penitência imposta pelo Papa, apesar de ter aceito, o Imperador demorava em enviar ajuda, obrigando o Papa a excomungá-lo. Para afrontar a ordem do Sumo Pontífice, o Imperador foi a Terra Santa para pagar a sua culpa.

Continua…