
A história do mundo ocidental, em especial a Europa se confunde com a história da direita, muito se fala em seu oposto, a esquerda por ela ter iniciado como uma ideologia mas pouco falamos do conjunto que forma a direita por ele ser mais abrangente e seus pontos serem muito mais independentes e com as origens mais diversas.
A direita é formada por nossos princípios e eles são montados como colunas, ou seja, rígidos porém de alturas diferentes, independentes e com impactos diferentes em nossa vida, nós aceitamos e damos prioridades a cada ponto conforme a nossa educação e os exemplos que recebemos nos permitem. Com isso recebemos reflexos de suas origens, como os princípios da justiças romana, na qual o direito e o dever se equilibram, para cada direito que recebemos temos um dever a cumprir.
Os princípios do cristianismo, como a benevolência com os mais pobres, a humildade e como evitar os pecados. Isso cria a nossa formação moral, aquela na qual os fins não estão nesse mundo mas em outro, ou seja, são leis que buscam o aperfeiçoamento humano buscando uma meta sempre mais alta que aquilo que o homem pode obter em sua vida secular.
A terceira grande origem foi a filosofia grega que com o estoicismo romano criaram uma nova visão do mundo, a importância dela foi tal que nem mesmo os santos a ignoraram, como São Thomas de Aquino que estudou os filosofos gregos e em sua principal obra “A Suma Teológica” lançou aquilo que mais tarde consolidamos como princípios da ciência.
A experiência de vida de cada pessoa torna esses princípios variáveis em sua intensidade pois cada qual escolhe aqueles que mais se alinham com suas expectativas de vida, seus gostos e com o quanto quer se comprometer, por isso quando montamos um quadro dos integrantes da direita, ele parece ser bastante confuso com pessoas que dizem lutar pelo mesmo ideal mas que seguem linhas diferentes e com isso criamos esses pontos de discussão bastante comuns em sites de direita, nos quais os membros apontam as chamadas “falhas” de outros integrantes.
Por que a esquerda parece não sofrer desse mal? A esquerda se baseia no comunismo que foi vendido como uma ideologia, ou seja, ele é montado como um castelo de cartas, frágil mas organizado, do qual você extrai as respostas que precisa, de forma limitada porém com uma maior apreensão de suas idéias principais. Por isso, a grande massa segue de forma tão graciosa a esses tipos de correntes de pensamento.
Como definiu Friedrich Hayek, “Minha preferência vai na direção de uma ditadura liberal em vez de um governo democrático sem liberalismo.” Como ele apresentou em sua obra, que o perigo não está na origem do poder, podendo ele ser democrático ou não, o real perigo está na limitação do poder, como os casos que assistimos nos últimos tempos nos quais homens com poderes ilimitados em suas mãos destroem os princípios das liberdades individuais e deturpam as leis.
Quando Hayek estudou as correntes políticas como o comunismo, o fascismo e o nazismo, ele chegou a seguinte conclusão: o fascismo e o nazismo eram respostas as necessidades criadas pelo comunismo, ou seja, o comunismo era uma ideologia que criava a necessidade de ideologias de direita, como foram apresentadas, o nazismo e o fascismo condensavam os principios da direita como família, propriedade, a tradição e a religião de forma a serem um conjunto mais coeso e simples de se memorizar e um guia de respostas prontas, porém com aquela fragilidade inerente as ideologias.
Independente das críticas de cada regime, aquilo que mostramos é que a nomeação de um regime não corresponde sempre a sua finalidade e que chamar de democracia um governo que usa de mão de ferro para calar qualquer crítica é apenas uma forma de ser conivente com as arbitrariedades notórias para as quais se escolheu fechar os olhos.
