A sustentabilidade e o crime

Como uma demanda artificial pode ser criada

A Sustentabilidade de uma empresa, pode ser definida como “a forma de criar, manter ou incrementar uma “necessidade” pelos produtos ou serviços oferecidos por essa empresa”, mas isso pode ser feito pelo governo no momento em que estabelece que certos produtos ou serviços são ilegais em seu território e criando uma dificuldade para que as pessoas possam obter tais produtos e serviços. Como diziam nossos avós, “quando algo é proibido é mais gostoso.”

Historicamente falando, existem diversos casos que mostram essa situação como o famoso gangster norte-americano, Al Capone que enriqueceu devido a “lei seca”, proibição nos Estados Unidos da fabricação e da venda de bebidas alcóolicas, fato esse que incrementou tanto a procura como o preço de tais bebidas, o que tornou um mercado altamente lucrativo e muito disputado. A ironia dessa história é que Al Capone foi preso pela sonegação de impostos e não pelos assassinatos, a corrupção ou por causa das bebidas. As empresas de fachada que ele utilizava para “lavar” o dinheiro das vendas ilegais eram corretamente contabilizadas, mas ninguém se preocupou com a declaração do Imposto de Renda do montante repassado a Al Capone, o que acabou sendo o motivo de sua prisão.

A música e a máfia

Outro caso famoso, foi a suposta ligação entre Francis Albert Sinatra, o famoso cantor Frank Sinatra e a máfia italiana. Declarações que o cantor teria gravado diversos albuns apenas para que empresas de fachada pudessem “lavar dinheiro” ao adquirir diversos lotes de seus discos foi amplamente divulgado. As supostas ligações seriam devido a origem italiana do cantor e por ele e seus amigos, como Dean Martin e Sammy Davis Jr não serem considerados um exemplo de bons meninos e tivessem se metido em muitas encrencas, que no caso dos Velhos Olhos Azuis (Frank Sinatra) eram as mulheres.

O combate ao narcotráfico

Desde que a máfia descobriu as “drogas”, como um rentável comércio ilegal, as autoridades fiscais e policiais de diversos países tendem a coibí-la, contudo, o resultado de tais ações, normalmente é a manutenção de uma valorização no preço do produto a ser adquirido pelo seus “usuários”. As atividades da polícia do Rio de Janeiro são um ululante exemplo disso, quando começaram a “pacificar” bairros na capital fluminense, chamadas ironicamente de comunidades, provaram que: sabiam a localização dos traficantes, conheciam a sua atuação nas chamadas comunidades e com que o grau de “cumplicidade” isso era feito na frente dos cidadãos comuns.

Não se pode considerar “ignorância” nas atuações anteriores e que as mercadorias apreendidas apenas eram uma amostra do total a ser disponibilizado nessas comunidades e que o resultado dessas atuações era apenas um aumento do preço da “droga” comercializada.

A Pirataria no Brasil de hoje

Desde as últimas décadas, existe no Brasil um incrível mercado para produtos pirateados, ou seja, produtos industrializados que não pagam impostos ao entrarem em nosso país e são cópias de produtos originais que pagam. As principais discussões na mídia nacional são a respeito do prejuizo que os autores de obras copiados estariam tendo, mas e o outro lado dessa moeda.

Um exemplo disso é a indústria dos CDs e DVDs, enquanto fazem inúmeros cálculos a respeito do que os autores, cantores produtores de filmes e estúdios de gravação perdem com a reprodução de mídias piratas e os brasileiros que perdem nisso? Quem faz os cálculos por eles?

Empresas multinacionais constroem indústrias para produzirem CDs e DVDs nos países do leste da Ásia, os chamados “tigres asiáticos”. Com subsídios de impostos mais a mão de obra local barata, produzem milhões de cópias. Estas cópias são adquiridas por grandes importadores em países como o Paraguay. Posteriormente, serão distribuidos para grandes redes de lojas que irão vender para pequenos interessados. No caso que estudamos, brasileiros que pretendem fazer cópias de filmes e músicas.

O objetivo dessas cópias é serem vendidas em pequenos “camelôs” em todo o nosso território, contudo após entrar através de nossa fronteira como mercadoria destina a um fim ilícito, ela será confiscada e destruida, caso seja descoberto no meio utilizado para esse transporte ou em algum lugar destinado ao seu armazenamento provisório.

O resumo dessa história é, a mercadoria que acaba sendo inutilizada cria uma demanda artificial, pois os brasileiros que perderam as mercadorias, precisam repor seu estoque e são os únicos com prejuizo. Os lojistas no Paraguay, receberam pela mercadoria e vão adquirir mais delas; os grandes distribuidores receberam por toda mercadoria vendida e vão pedir mais mercadoria e as multinacionais que fabricam as mídias nos “tigres asiáticos” receberam pelo que produziram e vão produzir mais.

Ou seja, a ação das autoridades brasileiras não repõe o prejuizo dos autores, cantores, grandes estúdios e gravadoras mas apenas cria uma forma da mercadoria ser “consumida” sem chegar aos consumidores e pior ainda, uma maneira de valores nacionais serem mandados ao exterior sem nada agregar ao nosso país, a evasão de divisas, como sempre, não beneficia ninguém, a não ser os estrangeiros.

“Pode-se enganar a todos por algum tempo; pode-se enganar alguns por todo o tempo; mas não se pode enganar a todos todo o tempo.” Abraham Lincoln

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