A guerra e a sustentabilidade

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Guernica de Pablo Picasso

No texto passado, começo a discernir sobre um conceito, o da sustentabilidade, ou a forma com que imaginamos que nossas tarefas perdurem o máximo possível, pelo menos enquanto estamos hábeis a realizá-los. Ninguém em sã consciência construiria um grande empreendimento se tivesse a certeza de que esse funcionário apenas por um breve momento. Algo assim, ocorreu com fábricas de “processadores” na Ásia, projetos de 2 anos, nos quais, se estimava o tempo útil desses processadores para o mercado e quando estariam defasados frente a novos projetos. Como a fábrica era padronizada para produzir apenas um tipo de processador, ela seria desativada quando o produto se tornasse ultrapassado.

A indústria bélica

Na idade moderna, descobrimos que os resultados de um conflito não são tão interessantes quanto o conflito em si, para isso existe o exemplo do estado belicoso chamado de Israel, há tempos em estado de guerra com seus vizinhos, descobriu ele que isso pode ser bastante rentável. Recentemente, a rede de notícias árabes Al Jazeera, reportou denuncias de que Israel estaria usando os contantes conflitos como “campo de prova” para novas tecnologias de segurança e armamentos. Esse uso contínuo e necessidade de proteção faz com que os serviços e produtos bélicos judeus tenham um ótimo conceito no mercado mundial.

Não existe atualmente uma real intenção por parte dos dirigentes judeus para um tratado de paz duradouro com os Palestinos, prova disso é a construção de novas colônias em territórios palestinos antes do início das negociações. Os Estados Unidos, seu principal aliado é outro, que por interesse comercial também não sinaliza uma grande mudança e ainda quer invadir a Síria. O que pode levar adiante mesmo com a negativa da sua parceira, a Grã-Bretanha.

Os veículos automatizados conhecidos como Drones, foram muito utilizados nas fronteiras entre Israel e a Palestina, como também na faixa de Gaza. Atualmente, esses veículos, terrestres e aéreos, estão sendo usados em todo mundo, exemplo do desenvolvimento de novos projetos pela indústria bélica daquele país e que se exporta para o exterior.

Projetos esquecidos ou desestimulados

Existem muitos projetos tecnológicos que morreram ou que não são usados por falta de interesse em sua eficiência, como no caso do motor turbo para automóveis. Eu não estou falando de motores com turbinas e sim de um projeto nos anos 60 de um motor, do tipo de um  avião, embutido em um automóvel. Enquanto o projeto não funcionava bem, ele até foi tolerado, mas quando começou a ter vitórias, foi imediatamente cortado e proíbido.

A razão disso é que se um motor desses funciona, seu uso seria com uma quantidade de partes mínimas necessárias para se trocar em caso de reparos, ou seja, seria um veículo quase que sem necessidade de manutenção, o que inviabilizaria os serviço de mecânicos ou da lucrativa indústria das peças de reparo.

Outros projetos que sumiram como os dirigíveis e as energias alternativas foram pelo mesmo caminho, por serem eficientes demais não respondem ao interesse financeiro dos investidores, fato esse que se tornou um fantasma para a indústria farmacêutica, a elaboração de remédios que acabassem totalmente com as doenças e isso gera um paradigma, a de que não existiriam mais pessoas doentes para consumir esses remédios. Uma fonte de energia inesgotável seria maravilhoso, mas imaginem uma bateria para toda vida, seria um desastre para as empresas que vendem baterias, pois acabariam ficando ociosos e sem o devido retorno para manterem suas atividades.

“Vim trazer um ramo de oliveira e a arma de um combatente da liberdade. Não deixem que o ramo de oliveira caia da minha mão.”

~ Frase de Yasser Arafat

Superávit versus sustentabilidade

A economia capitalista e suas regras ocultas

Os conceitos ululam em todas as partes, regras são criadas, convenções são firmadas e a economia segue seu curso. Mas qual é o objetivo de qualquer texto financeiro, o mesmo objetivo dos executivos e de todos os funcionários  (colaboradores) de forma geral, atingir um superávit financeiro ou produtivo. Dar razão a existencia de sua empresa e manter isso de forma constante (sustentabilidade).

Por mais bonitas que sejam as palavras escolhidas e se usa até mesmo um vocabularário próprio para isso (economes) no fim das contas o que é importante: uma renda com fluxo constante e uma demanda que valha a pena suprir. Consideramos que as leis de mercado sejam suficientes, mas esquecemos o novo panorama, a nova realidade nos quais nos inserimos, o efeito estufa, o meio-ambiente, as fontes de energia e o descarte do lixo.

A mente do “bom” administrador, assaz ligeira, tende sempre a encontrar meios de introduzir as novas realidades ao fluxo econômico e não o contrário, ou seja, vamos criar uma maneira de “ganhar dinheiro” com as novas situações. Antigamente se tinha como imutáveis certas premissas, as empresas eram dividas entre públicas e privadas e que as empresas públicas não deveriam “à priori” darem lucro, ou seja, estariam realizando um papel meramente social ao suprir as pessoas de bens e serviços que seriam parte dos seus “direitos humanos”, como a saúde, a água potável, a coleta de lixo, entre outros.

Contudo, a mente brilhante de nossos governantes conseguiu de inúmeras maneiras alterar essas premissas e a coleta de lixo se tornou algo como “coleta de grana” e tem um monte  de pessoas interessadas em entrar nesse tipo de negócio, como também na produção de energia através do gáz metano produzido pelo lixo. Apenas basta o governo construir as usinas para que “desinteressadamente” a iniciativa privada faça fila na porta para gerenciá-las.

Regras para um bom negócio

Estive por um longo tempo estudando diversos “cases” de negócios rentáveis, porém, moralmente discutíveis e pude notar alguns pontos em comum que podem servir de ponto de partida para um empreendedor audaz.

  • procure bens e serviços que provenham de uma grande necessidade
  • os consumidores finais devem vir ou se servir de forma a mais espontânea (diminui o custo de entrega)
  • diminua a concorrência, por leis ou comprando aqueles que podem te atrapalhar
  • torne a sua planilha de custos um carro chefe para poder cobrar aquilo que é necessário
  • esteja sempre alinhado com a “lei”, de forma a não ser processado pelos danos causados devido ao seu sucesso.

A primeira pergunta que vêm a mente é você conhece algum negócio assim? Você possui contato com bens e serviços que estejam nesses moldes? Infelizmente a resposta é sim, o tempo todo e exemplos não faltam, a indústria dos cigarros, papeis, alumínio e algumas de remédios. Prestações de serviços como financiadoras, corretores de seguros, fornecimento de luz e água (afinal não compramos os bens, teoricamente), serviços de saúde, pedágios e os atuais serviços via internet.

A sustentabilidade

O paradigma será manter um modelo de “capitalismo selvagem” e de que forma como isso afeta as diversas atividades humanas, chega a ser risível, para não dizer triste o que ocorre com aquilo que o ser humano perde o interesse, como definha e morre. As atividades que eram antes prioritarias e que desapareceram, chega ser nostálgico falar sobre os tanoeiros (fabricantes de barris) tão importantes na época dos grandes descobrimentos e que desapareceram hoje em dia. Claro que chegamos a ser tão crueis que, até mesmo, raças de animais somem dessa maneira.

Como também o inverso, atividades que são usados devido a facilidades como a moldagem de plásticos, o que gera um lixo com um grande período de tempo para ser absorvido pela natureza ou combustíveis, como o petróleo, que são extremamente poluentes, apesar do que diz os especialistas a respeito dos riscos que corremos, não conseguimos largar, mesmo com diversas alternativas. No final, o que vale mesmo é o dinheiro.

As atividades comunitárias estão nesse tipo situação, por não gerarem lucro e esta é a sua principal característica, se tornam obsoletas. Como eram socialmente agradáveis, o poder interargir e como isso era uma prova de caráter, dar aos outros, de que nada se receberá, um pouco de auxílio. De minha terra, trago a lembrança das festas juninas e das pessoas que participavam como “festeiros”, como eu mesmo fiz e que isso muito me ajudou.

Não fortalecerás os fracos , por enfraquecer os fortes.Não ajudarás os assalariados, se arruinares aquele que os paga. Não estimularas a fraternidade, se alimentares o ódio. Abraham Lincoln

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