Quem quer privacidade?

Como libertar quem ama as suas correntes?

Vivemos uma época além dos sonhos de George Orwell, em seu 1984, ele imaginava o Big Brother (Grande Irmão) que vigiava a vida das pessoas, seus passos, suas palavras e até seus desejos. Com um monte de câmaras, em toda parte, não havia local escondido para ele, dentro da civilização humana.

Fizemos melhor que isso, todos sonham hoje em dia com um dispositivo como um celular, tablet ou notebook com aplicativos para segurança. Segurança de si mesmo, segurança de seus dados (informações) e de seu aparelho, mas nos esquecemos o preço dessa segurança. Esses aplicativos que possuem vida própria e independem de nossa vontade, podem acessar nossos dados, conhecer nossos contatos e realizar cópias daquilo que possuimos em lugares não registrados, como a tecnologia do registro em Nuvens (cloud), em que os dados se situam em algum lugar da internet entre os servidores, como uma posição não fixa, apenas existindo a sua entrada.

Nossa própria vontade nos faz adquirir essas aparelhos e damos toda a sorte de informações particulares para quem pedimos proteção. Estamos invariavelmente abrindo mão de nossa privacidade e não o faríamos se não quiséssemos tanto isso. Os aplicativos podem até usar mecanismos como GPS para nos localizar e sermos focados em um mapa como cobaias de laboratório. Nunca foi tão fácil dominar o ser humano, desde o que disse Steve Jobs:

As pessoas não sabem o que querem, até mostrarmos a ela.

Ele inaugurou uma nova fase na nossa tecnologia moderna, uma forma de induzirmos as pessoas adquirir produtos que não conheciam apenas criando novas necessidades. A modernidade não gerou nada novo, como se faz entender seu nome, não reformou o silogismo de Sócrates, apenas foi pragmática o suficiente para gerar um novo conforto em cima de nossa velha ociosidade. Deu novas cores para a velha comunicação, que não é apenas falada ou escrita. Hoje ela é falada, escrita, “musicada” e até “videografada” e tudo de forma interativa, somos receptores e emissores de todo o conteúdo, ou seja, somos co-responsáveis do baluarte do conhecimento humano.

Tal responsabilidade é muito grande, mas imaginem que, qualquer pessoa pode enviar ou “compartilhar” uma informação e de que, de má fé, isso não é verdadeiro ou é prejudicial para os outros. Podemos ao “compartilhar” essa informação sermos cumplices de um “cybercrime”.

Para bem entender o inferno, como diria Dante, abrimos mão de nossa liberdade e de nossa privacidade por um conforto efêmero e ainda estamos dando aos outro a chance de nos prejudicarem. Não podemos fugir se formos acusados e no entanto estamos a mercê de uma avalanche de informações que de tão grande não possui “autor” ou responsável, pois os maus se escondem no anonimato.

“A televisão acabou com a janela. E a internet acabou com a privacidade, diria o facebook.” Dani Leão

O vídeo matou o astro do rádio

Uma música ou uma previsão

Video Killed The Radio Star é uma canção da banda de pop rock inglesa The Buggles, e incluída no primeiro disco da banda, The Age of Plastic (1980). Foi também o primeiro videoclipe a passar na MTV Americana. Em 1980 o fonograma foi cedido gentilmente para a “SIGLA” (sistema Globo de gravações audio visuais ltda) pela gravadora “ARIOLA” para o LP – Excelsior, a máquina do som vol. 9 – Som Livre. (obs. dados retirados da capa do Lp/vinil da época).

Ouvi uma nova versão dessa música, na época em que foi lançada, foi até mesmo tida como uma previsão para as grandes mudanças que viriam. A letra chega a ser um lamento por uma época que termina, pelos artistas que estavam sendo retirados de cena e também expoe aquilo que advém, a tecnologia.

A palavra de ordem é realmente “mudança“, tudo o que ocorreu em seguida não possui mais o rótulo de “perene”. Altera sempre e para se manter nas paradas a ordem é “renovar”. Os artistas não possuem mais um estilo fixo, acompanham a maré das novas tendencias. Um exemplo disso seria a carreira de David Bowie que após um longo jejum, apelidado de Camaleão do Rock, volta a parada de sucessos de forma re-estilizada. Essa formula seria já conhecida das divas, como Madonna e Lady Gaga, em que escandalizar pode dar mais ibope do que realmente fazer “música’.

A hora do impasse

As novas tecnologias, como o DVD, a internet, o MP3, os Smartphones e outros, contribuem com uma nova forma de divulgação dos artistas, que chances teria Psy de ser conhecido no mundo todo antes da internet. De um lado é maravilhoso ter novas oportunidades, mas de outro fica o “fantasma” da pirataria. Os artistas ficam na corda bamba entre o lucro e o agradar os fãs. Apesar do que se é divulgado pela mídia, será  mesmo que tudo que é vendido de um certo cantor é realmente repassado a ele!? As gravadoras não costumam divulgar suas contas.

“Milhares de pessoas cultivam a música; poucas porém têm a revelação dessa grande arte.” Ludwig von Beethoven

Um novo Papa para um novo mundo

A inserção digital do Sumo PontíficePapa e a Internet

Em diversas frentes, Bento XVI está se fazendo presente no mundo digital, com um portal de notícias, Facebook, Twitter, i-pads, Android, livros digitais e aplicativos. Uma presença que se faz mais próxima e por trás desses recursos, uma empresa espanhola, a  Agência 101.

Seu diretor, Gustavo Entrala, conta que tudo começou com uma carta enviada ao Vaticano, a resposta veio em 4 meses e ele fez a primeira visita com sua equipe a Santa Sé à dois anos atrás. De início, seu objetivo era tornar familiar aos funcionários, o uso da internet e de ferramentas digitais. O sucesso começou e foram convidados seis meses depois para uma nova viagem.

Com o portal, “news.va”, conseguiram reunir as mídias já utilizadas pelo Vaticano, como rádio, televisão, jornais e agências de notícias e isso os colocou num novo rumo, as redes sociais. O fato é que o Facebook tinha mais audiência que o portal.

Uma nova etapa, a Agência 101, estava sendo reconhecida oficialmente pelo Vaticano e em junho de 2011, Entrala conta que auxiliou o Papa a enviar seu primeiro Twit e o i-pad usado, ele trouxera de Madri e foi ele mesmo que ensinou o Santo Padre. Para as questões de segurança, funcionários do próprio Twitter, vieram da Califórnia para prestar auxílio.

Apesar dos maus olhos com que a Santa Sé via o surgimento da Internet, parece que tão cedo não para. Está sendo elaborado para o fim do ano, livros digitais com as Homílias do Papa e sobre o Ano da Fé que se inicia agora.

Entrala diz não ver diferença entre promover uma marca pela internet ou uma instituição como a Igreja. O Catolicismo tem 21 séculos e um líder aceito mundialmente, que mais se pode querer, ele pergunta.

Para a saudação de Natal do Papa estão preparando um aplicativo que rode em Android e que possa ser visto em smartphones e tablets. Os católicos poderão receber a todo momento as mensagens do Santo Padre e acompanhar seus discursos, seus atos e suas peregrinações, devido a um conjunto de webcams  em Roma, pelo Vaticano e no Castelo Gandolfo. Em cada canto do mundo um católico poderá acompanhar.

O diretor da 101 termina dizendo, “Existem três grandes marcas no Mundo, a Igreja, a Casa Branca e o Real Madri”, claro que, como um bom espanhol.

Pontifex