Uma nova guerra

A guerra no mundo virtual

Os ataques israelenses a Gaza estão criando uma nova forma de guerra, a guerra no Mundo Virtual, segundo Carmela Avner,  chefe de informações de Israel, “A guerra está ocorrendo em três frentes. O primeiro é físico, o segundo é no mundo das redes sociais e o terceiro é cibernético”.

A guerra física com armas, bombas e foguetes tem por alvo, objetos reais, casas, prédios e pessoas. A guerra virtual tem como alvo, as informações. Pelas redes sociais se procura informar seus aliados e “desinformar” seus inimigos que possam estar vigiando suas redes (serviços de espionagem) e plantarem informações falsas (serviços de contra espionagem).

Na chamada guerra cibernética, os alvos são os sites e blogs inimigos, tentando-se derrubar esses sites da internet ou incrementar informações falsas. Este tem sido o papel do grupo “Anonymous” (grupo internacional de ciberativistas) nesta guerra, ao entrarem em favor do povo palestino em Gaza, o grupo tem derrubado sites oficiais de Israel e plantado informações falsas nesses. O governo de Israel confirmou oficialmente apenas um site derrubado, apesar de vários estarem fora do ar, como o site do Banco de Jerusalém e o site do partido Kadima.

Oficialmente, Israel confirma 44 milhões de tentativas de ataques, sendo “10 milhões de tentativas haviam sido feitas no site do presidente de Israel, sete milhões no Ministério das Relações Exteriores do país, e três milhões no site de o primeiro-ministro.” e que o sistema de bloqueios e defesa desenvolvido nos últimos anos pelo ministério da defesa.

“Anonymous” divulgou uma lista de 700 sites israelenses invadidos, alguns tirados do ar e outros modificados para mostrar imagens ou mensagens pró-palestinos. Esta ação foi denominada de campanha Op-israel.

O exército israelense está utilizando de diversas plataformas para se comunicarem com suas tropas, como redes sociais e o Hamas (grupo de defesa dos palestinos) está centrando suas divulgações pelo Twitter.

Fonte: Al Jazeera

A imagem aqui mostrada (abaixo) diz “Op-israel, Gaza está sobre ataque,  nós devemos nos posicionar em total solidariedade, aguardamos que Netanyahu aumente a violência até os votos nas Nações Unidas sobre a situação Palestina e as próximas eleições israelenses em janeiro.”

A censura e a filtragem não funcionam na internet

Por que os mecanismos de bloqueios são ineficazes

Na França, estudos sobre distúrbios alimentares, como Bulimina e Anorexia mostram que quando o governo ou os próprios servidores decidem intervir na Internet para censurar determinados conteúdos ou imagens, estas ações não alcançam o objetivo intencionado.

Na maioria das vezes, a censura apenas bloqueia acesso a sites que estão tentando combater tais práticas, como sites de medicina e de ajuda que tentam aconselhar e dar uma orientação correta aos usuários a respeito do risco desses tipos de doenças.

O estudo do mapeamento da rede provou que sites ou blogs mal-intencionados se camuflam quando bloqueados, mudam as palavras chave de procura e até mesmo usam a censura como forma de propagar ainda mais sua repercussão na rede. O conteúdo proibido em textos completos é dividido e “borrifado” em partes, colocando-se essas fatias em sites diferentes, blogs, fóruns  e redes sociais para dificultar seu rastreio, mas sempre conseguindo o objeto de ser encontrado pelas vítimas dessas doenças.

A estrutura partida funciona através de links, os conteúdos ficam armazenados em blogs pequenos e são facilmente acessáveis por quem procura o conteúdo, mas os links são tão intrínsecos que os “motores” de busca automáticos não conseguem montar esse “quebra-cabeças”. Na periferia dessa estrutura estão pequenos blogs voláteis de vida curta, o que dificulta ainda mais o seu rastreio, pois estão sempre renovando e os links utilizados são de forma indireta para não terem chance de se chegar de forma automática aos sites que possuem maior conteúdo.

Os bloqueios tem dificultado apenas para os profissionais de saúde, familiares e pessoas interessadas em ajudar. As comunidades de Anoréxicos e sobre Bulimias  tem se ocultado cada vez mais na Internet, menos para seus membros ativos que aumentam consideravelmente. Este caso pode ser exemplo da forma de cuidar de outros conteúdos de risco na Internet e do estudo de alternativas para a censura e as filtragens. Não basta tentarmos ocultar aquilo que nos incomoda, temos de enfrentar de frente e combater a “raiz” do problema, seja social ou individual.

Fonte: Le Monde

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