Como você age em sua casa, como utiliza os alimentos, verifica sempre o prazo de validade, escolhe as melhores verduras e frutas. Ao preparar, separa as cascas e as sementes e lava tudo direitinho. Após comer, joga os restos de alimento fora e torna a lavar os utensílios.
O politicamente correto na sua cozinha pode estar na verdade é produzindo um grande desperdício de alimentos. Como sempre os especialista em diversas áreas que inicialmente são diferentes umas das outras, se esquecem de trocar informações e montar uma visão geral, um panorama de todo o ambiente.
Profissionais como nutricionistas, cozinheiros e Vigilância sanitária tem em seus objetivos de trabalho, melhorar as condições de saúde do ser humano e fiscalizar se esses alimentos serão bem manuseados e seguros. Não está em seus programas, situações como meio-ambiente e sustentabilidade. Não é culpa desses profissionais, o que falta são programas que criem a participação de setores distintos e incentive a troca de experiências.
Desperdício no varejo
Você pode é se esquecer de calcular, mas a perda é grande. No mercado, no açougue ou em uma feira, você e os outros escolhem os alimentos mais bonitos, dentro do prazo de validade e possam ser melhor aproveitados. Correto?
Mas se todos fazem isso, imagine a quantidade de alimentos que será jogado fora nesses estabelecimentos e isso é constante. Passe de manhã ao lado do mercado municipal, você verá caminhões de lixo que recolhem as sobras e são muitos.
No sistema capitalista, a maior procura diminui o valor do produto. Os varejistas que fazem os maiores pedidos recebem os maiores descontos, ou seja, ninguém se preocupa com o desperdício, apenas com o preço médio unitário. Por causa desse mesmo sistema acontecem também gigantescos desperdícios com os chamados “estoques reguladores” do governo. Um sistema para frear a subida dos preços dos alimentos, no qual, o governo compra no mercado e estoca o produto.
Desperdício no produtor
Tal matemática pode ser aplicada também no produtor que tenta ratear o custo da produção pela quantidade produzida, mas ao vender ele faz também uma seleção, separa as sementes para a próxima safra ou em espécie (dinheiro) para adquirir as sementes, deixa no campo o pior da safra (dependendo da cultura) para ser usado como adubo e separa o produto de qualidade inferior, pois ele derruba o preço se for vendido.
O resultado de tudo isso é a grande produção de lixo orgânico produzido tanto no campo e principalmente nas cidades. Uma constante crise de alimentos, pois o paradigma do capitalismo é “não produzimos se não der lucro” e dificulta o acesso aos alimentos em regiões consideradas “pobres”.
Intervenção do Estado
O futuro irá obrigar os Estados a intervirem diretamente na gestão dos alimentos, desde a produção, distribuição e no manuseio desses. Essa falta de gerenciamento criou lacunas, como a quase extinção da produção de arroz no Brasil. Medidas como a diminuição do tamanho dos grandes mercados e criação de pequenos centros de distribuição, o que também é causado pelos constantes problemas de transporte e logística, pois os centros das grandes cidades está ficando intransitável para os grandes caminhões.
Não será de assustar se o governo, que sempre pensa nisso, criar um novo imposto para quem produz muito lixo e desperdiça alimentos. Essas medidas coibitivas serão melhor do que medidas extremas de racionamento e a falta de alimentos.