Numa conversação convencional, cara a cara, um piscar, um sorriso ou um tapinha podem significar muito, mas ao utilizarmos a conversação digital tipo chat, SMS ou e-mail, temos tido uma maior dificuldade em criar situações de humor ou sarcasmo. Os textos em duplo sentido são mais eficazes quando a pessoa do outro lado tem um conhecimento prévio do que queremos dizer. Fato este, perigoso, quando não tentamos dizer nada de mais, mas o receptor entende que haja um outro sentido em nossa mensagem.
Um e-mail, enviado a diversos leitores, pode ter significado diferente para cada um deles. As empresas de Marketing, procuram descobrir o significados dessas comunicações, por isso investem em sistemas que cada vez mais possam assimilar a comunicação humana. Como no caso de enquetes de indústrias sobre os seus produtos, fica impossível que funcionários leiam milhares de correspondências de e-mail de retorno de clientes e que possam ao “traduzir” os sarcasmos e dizer quais são os pontos relevantes e quais as reais críticas.
O pior pesadelo para os computadores, é o universo dos sarcasmos, das ironias, das interpretações dúbias, com que as pessoas conseguem lançar ideias e torná-las interessantes para os outros, ou como forma de ocultar um real sentimento que não seja politicamente correto.
Cientistas norte-americanos estão utilizando a corrida presidencial com um sistema de software que pode ler Tweets, desde o início das campanhas, ele já leu mais de 40 milhões de Tweets. Para se verificar a veracidade dos dados, existe uma equipe de voluntários que leem as mensagens e classificam como positivas ou negativas.
A procura de marcas ou símbolos como emoticons podem indicar um sarcasmo, como também as expressões. Mas o contexto é que diz se um texto aparentemente sério, seja realmente sério. Muitas pessoas, acabam criando sinais próprios para indicar essas emoções. Por isso, o programa tem de ser constantemente atualizado e novas expressões são adicionadas a todo momento.
Projetos independentes como o “SarcMarc”, que já faz dez anos que está sendo produzido, prometem facilitar a comunicação para os que usam sarcasmos em suas linguagens.
Fonte: WSJ – Katherine Rosman