Um verdadeiro tapa nas caras dos pais
A lei que retira a autoridade dos pais e a polêmica de um livro norte-americano que orienta sobre o uso de “corretivos físicos” na educação de crianças.
O projeto de lei chamado de “Lei da Palmada” que está em trâmite no Senado federal para ainda ser sancionado pela Presidente, representa um golpe contra a autoridade dos pais e tende a transferir para o Estado a responsabilidade da Educação dos filhos. Com aquele velho discurso de maus tratos e violência domêstica, os ditos “especialistas’ querem pintar um quadro “muito mais feio do que o é” na convivência entre pais e filhos. Contudo, com apenas um pouquinho de bom senso, pode se revelar que existe uma grande distância entre a violência e uma palmada e que as “boas intenções” por trás dessa iniciativa não são tão boas assim.
Hoje, os pais se encontram de mãos atadas, a “nova educação” que lhes foi mostrada pelo ECA não funciona e não adianta tentar “comprar” seu filho com produtos de cunho consumista, pois até mesmo eles, percebem a perecibilidade do êxtase gerado pelo sistema de consumo compulsivo. Hoje, temos jovens que aprendem muito mas nada sabem, são resultados de um sistema no qual se premia o discutir, o criticar, mas não o apresentar argumentos, da mesma forma como temia Platão:
“Platão aprovava o adestramento dos jovens na técnica dos debates, mas achava que o modo pelo qual os sofistas a ensinavam arriscava corromper os alunos, viciando-os em contestar tudo e qualquer coisa e fazendo deles discutidores vazios que, confiantes no poder ilimitado da refutação, acabavam por não acreditar mais em nada. Tornavam-se contestadores cínicos e carreiristas amorais.”
Trecho retirado do artigo “Ainda a educação grega” escrito pelo filósofo Olavo de Carvalho no site “Mídia sem máscara“, isso é claro, demonstra um horizonte muito “bom” em comparação com a realidade brasileira, pois os jovens de Platão sabiam dialogar, ou seja, compreendiam e utilizavam a sua língua de maneira correta, nesse ponto, o que temos hoje são “analfabetos funcionais” e o pior, existem professores que querem que a sua ignorância se torne padrão para afundar mais ainda esse barco.
A Antropologia define a linguística como a ferramenta para transmissão da cultura dentro de um povo, no caso, antigamente eram todos os membros da tribo ou povoado que seriam responsáveis pela educação dos jovens e os pais (responsáveis diretos) pelos castigos que receberiam caso transgredissem alguma norma. O que ocorre ultimamente é que se criou uma fenda entre as gerações e essa cultura está se perdendo, como os valores que elas representam.
A pergunta seria, o que é pior? Uma cultura que ensina métodos de castigo e punição ou uma ausência de normas, aonde o “sadismo” humano pode se demonstrar da forma que quizer? Não adianta virem com esses “cânticos de utopias” de dialogos, pois desmontaram até a linguagem, pais e filhos não estão na mesma sintonia. O conteúdo “objetivo” aprendido na Escola não consegue ser a forma de moldar nesses jovens espíritos os valores como a honra, a honestidade, a dignidade e a responsabilidade, e o pior, palavras como caráter, civismo, pátria e nação são vistas como palavrões.
Quando a juventude procura um objetivo que não encontra em sua casa ou na sociedade, costuma ter um sentimento de vazio interior e começa a procurar em outros lugares. As gerações mais novas sempre fazem de tudo para contrariar e constranger as gerações anteriores nessa busca. Basta lembrar os jovens dos anos 50 com jaquetas de couro e motocicletas e os hippies dos anos 70. O que temos agora é uma síntese de todos esses movimentos. A juventude está fazendo de tudo para constranger, violam o próprio corpo, não respeitam a si mesmos ou os outros e não entendem o que pode ser um limite.
Existem verdadeiras operações de “emburrecimento” para ajudar ainda, posts que aparecem nas redes sociais e até propagandas que acabam dando novas definições para diversas palavras, por exemplo, a palavra respeito: dizendo ser apenas, “fazer aos outros o que gostaria que os outros fizessem por você”. Bem diferente da sua definição de dicionário:
“A palavra respeito provém do latim respectus e significa “atenção” ou “consideração”. De acordo com o Dicionário da Língua Portuguesa da Porto Editora, o respeito prende-se com a veneração ou a obediência para com alguém. O respeito inclui cuidado, consideração e deferência…O respeito não só se manifesta pelas atitudes das pessoas ou pelas leis, mas também se exprime para com a autoridade, como acontece com os alunos em relação aos professores ou ainda com os filhos em relação aos pais.”
Quando li a respeito de um livro norte-americano publicado por um pastor que ensina métodos de castigo e punição à crianças, confesso que me espantei. O motivo de tal publicação é gritante, a total ausência de comunicação entre as gerações, essa grande lacuna que se criou e a perda gradativa da cultura ocidental e de seus valores. Como sempre, os jornalistas adoram demonstrar de forma quase “caricata” esse tipo de assunto. A polêmica seria devido ao incidente de pais que teriam espancado até a morte seus filhos, na matéria, foi mencionado três casos e que esses pais teriam sidos induzidos por terem lido a publicação e a seguido.
A educação de crianças e de jovens não é como uma receita de bolo, não existem métodos para todos os casos, as situações variam e dizer que alguém seguiu a risca um método e agiu até matar é de uma enorme “estupidez”. Pessoas não são máquinas e não agem assim, elas possuem interações e essas interações geram sentimentos diversos e o controle dessas emoções é algo extremamente dificil, diga se de passagem, os psicólogos. Por isso temos a cultura e ela é a única que consegue moldar as pessoas de forma que nem elas consigam escapar. O velho ditado diz, macaco vê, macaco faz representa bem isso. A melhor forma de educar é sem dúvida a do exemplo e educamos os jovens para serem os futuros pais.
Se você na infância, aprendeu que um castigo só pode ser recebido quando você ultrapassou um limite e que esse castigo foi direto e proporcional à sua falta, com certeza, irá repetir isso com seus filhos. Não se trata de ódio, de algum rancor ou sadismo, apenas a simples justiça. Não sei se foi erro de tradução, mas no texto que li, fala sobre castigo com galhos. Bom, eu nunca ví isso, na minha terra, se usava varas e muitos a denominavam “varas de marmelo”(flexiveis e inquebráveis), contudo, não existiam mais árvores de marmelo em nossa região, apenas usavam o nome. Pode se usar um chinelo também, mas o importante é o fator psicológico muito mais do que o físico. Não se trata de espancar ninguém, apenas demonstrar que um limite foi ultrapassado e que você foi obrigado a ultrapassar o seu.
Parta sempre da premissa de que as crianças são inteligentes e possuem a capacidade de aprender da mesma forma, coisas certas e coisas erradas, com um agravante, o errado é sempre mais atrativo. As situações em que elas podem fugir das regras são infinitas, visto a criatividade humana ser ainda extremamente surpreendente. Sempre segui certas regras para conduzir a educação de meus filhos, que aprendi com meus pais, claro que aprendi a duras penas, confesso! Mas na me arrependo disso!
Uma surra é uma medida extrema: antes de fazer isso, procure conversar, se a conversa não surte efeito, parta para a bronca e se a bronca não dá certo, tem de dar um castigo ou uma punição.
Um castigo é sempre uma boa alternativa: quando se deixa uma criança sentada em um banquinho ou sem aquele doce ou brinquedo que ele gosta, pode dar resultado, desde que não seja apenas para que você possa desfrutar de alguns momentos de silêncio e sim, seja para educar seu filho. Ele ira perceber isso!
Nunca deixe para amanhã, o que pode fazer hoje: se tiver que dar um tapa na bunda, que seja agora, se fizer isso depois, perdeu a chance de dar uma lição e apenas irá ser odiado por isso.
A qualidade vale mais que a quantidade: se tiver de fazer, faça uma vez e bem feito. Não estrage o momento com um arrependimento, se sentir remorso que o faça trancado em um quarto, não demonstre fraqueza, pois a criança perceberá isso e não te respeitará nunca mais.
A punição terá de ser proporcional a falta: esse é o mais dificil de pesar nessa história, mas lembre que o castigo representa a ultrapassagem de uma linha divisória e não um sistema exato de premiação. O objetivo do castigo físico é que o caso não se repita novamente e que não terá de dar o castigo de novo também.
Se tiver de repetir alguma punição, pare e pense, isso é realmente necessário? Se sim, alguma coisa está errada e deve rever toda a situação, quais as causas para essas faltas, existe o ambiente ou a participação de terceiros ou é você mesmo o motivo e ele está apenas querendo te desafiar.
Como diz o famoso educador Içami Tiba: Quem ama, educa! No caso, ele é totalmente contrário aos castigos físicos em sua filosofia e propõe métodos alternativos, eu lí o seu livro e considerei muito interessante, contudo, existem situações que podem ultrapassar aquela propostas feitas por psicólogos e terapeutas, pois os nossos sentimentos e atitudes podem também influenciar e as nossa atitudes serão imitadas, inclusive em nossos erros. Nesses casos, como coibir uma atitude que nós mesmos demonstramos, uma palavra que nós mesmo dissermos, sem nos tornar um idiota ou “déspota insano”.
O que mais percebo em livros de especialistas é que eles sempre parecem ser resultado de um tipo de “revanchismo”, pois querem fazer um acerto contas do passado e por isso desejam coibir métodos que não aceitavam durante as próprias infâncias. Outro detalhe é a falta de entendimento de história e da geopolítica, os atos humanos existem e funcionam por algum motivo e nenhuma era humana simplesmente desapareceu. As pessoas mudam e evoluem, seja para se adaptarem a uma nova situação ou seja simplesmente para sobreviver, contudo não existe coerência em achar que os métodos antigos são arcaicos, simplesmente por serem antigos.
Existem aqueles que adoram usar o período helenístico (grécia antiga) como exemplo de uma era de evolução, entretanto, não aceitam o fato de que eles proibiam muitas coisas e tinham costumes que nós repudiamos hoje. As punições fisicas eram usadas de diversas formas, como nas escolas, em todos os níveis e isso se manteve em outras civilizações posteriores. A prática de castigar os filhos é mencionado até no Antigo Testamento como salutar para uma boa educação. A criatividade não é propriedade de nenhuma era e o mundo não se iniciou no momento do nosso nascimento. As antigas gerações testaram diversas formas para educar e manter o seu legado e no final, escolheram aquelas que foram mais eficientes.
“Educai as crianças, para que não seja necessário punir os adultos.” Pitágoras
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