A evolução do consumismo

Uma geração que cresceu junto do consumo

Todo mundo queria um Atari.

Todo mundo queria um Atari.

Aqueles que tiveram a infância nos anos 70, pode se lembrar de como alguns produtos eram difíceis naquele tempo. A rádio Energia 97 FM de São Paulo tem um programa matutino bastante interessante que está realizando uma campanha aonde o locutor pergunta aos ouvintes que ligam para a rádio, “O que você pediu para o Papai Noel?”.

Os ouvintes de meia-idade tem mostrado bem como eram os anos 70, o início da entrada no Brasil de brinquedos à pilha e a diferença de preços que existia entre os produtos que eram considerados lançamentos naquela época e hoje. Muitos pediram, como por exemplo, um Atari mas não ganharam devido ao alto custo para a época deste antigo vídeo-game.

Crescemos maravilhados com as novas possibilidades que chegavam, os novos conceitos e usos da tecnologia, os primeiros computadores, eu mesmo tive um CP 200, celulares e vídeo-games, o mundo virtual se apresentando como a “Terra das Maravilhas” e se entrássemos, não tínhamos ingressos para todos os “brinquedos”.

Foi nesse momento que o vírus do “consumismo” nos pegou, criou em nós uma espécie de “energia potencial”, uma reserva de nossa vontade para aquilo que queríamos mas não tínhamos e isto nos imputou uma ideia, simples e anestésica para a nossa afável frustração, “se eu não tenho pelo menos meu filho terá”.

Gerações criadas para consumir

Crescemos, casamos e tivemos filhos, paralelamente realizávamos um consumismo de forma moderada, aguardando o momento de apresentar nossos pimpolhos a esse mundo paralelo, essa “Terra das Maravilhas” da tecnologia e do consumo e o resultado não temos como medir. Uma vez infectado pelo “consumismo” é difícil de prever aonde vai terminar. Os produtos, como carrinhos a pilha, tão caros e elitizados se tornam mercadoria de feira, barraquinha de esquina. Fabricados em países asiáticos nos chegam sem qualquer pudor, isentos de impostos e de qualidade, proliferam mais do que coelhos e ratos.

Os especialistas alertam sobre os problemas do consumo exacerbado e o mergulho no mundo virtual, notícias como “smartphones” causam problemas mentais e o uso da internet deixa o cérebro preguiçoso e diminui a nossa atenção são constantes. Os materiais com que esses produtos modernos são feitos podem aumentar a poluição do meio-ambiente e ainda serem tóxicos para os usuários.

Mas é daí, a lei é consumir mais e o quanto mais rápido, melhor. Não existe i-pad no céu e ninguém quer arriscar perder a chance agora. Quem garante que os Maias estão certos e o mundo acabará em 21 de dezembro???

Poderes do consumismo
“Vivemos na era de produtos personalizados para figuras despersonalizadas. Massas!
Uma questão de auto-conhecimento?!”

Du Amaral