
Imagem e nome do uísque
Se traduz somente quando convêm
Um interessante caso, a Diageo, proprietária da marca Johnnie Walker, processa uma empresa brasileira por plágio. O motivo seria uma cachaça com o nome de João Andante. O produto nacional, com produção quase artesanal de 200 garafas ao mês e produzida a uns 3 anos em Belo Horizonte, mostra um homem de aspecto esfarrapado, barba comprida, de chapéu caipira, segurando um pequeno graveto na boca e carregando um pedaço de madeira no ombro com uma trouxa na ponta.
A questão é, a tradução literal de Johnnie Walker seria João Andante? A primeira vista, sim, mas ao pesquizarmos a origem da marca encontramos outra história. O fundador que tinha uma loja de bebidas em Ayrshire e se chamava John Walker e era conhecido como Johnnie. A marca só teve sucesso nas mãos de seus descendentes, Alexander Walker e Alexander Walker II, respectivamente filho e neto de John “Johnnie” Walker.
Vamos analizar a questão, Johnnie não é “João“, é simplesmente um apelido dado ao fundador que se chamava realmente “João”. Outro ponto, Walker não significa respectivamente “andante”, na verdade não caberia traduzir essa palavra, afinal ela é o sobrenome da família fundadora.
Ou seja, a justiça brasileira, como sempre, subverniente aos ditames estrangeiros está recebendo com muito facilidade a proposição de plágio fundado em uma simples “tradução”. Nosso país não é como a Espanha ou outros países que se orgulham de seu idioma e fazem questão de traduzir os nomes estrangeiros, cansamos de ler no El Paíz, a respeito do príncipe Carlos (Charles) da Inglaterra ou sobre seu filho Guillermo (William).
Claro que a semelhança da imagem, seria outro caso, muito mais para uma caricatura do que propriamente, para um caso de plágio.

Rótulo do produto nacional