Nos Estados Unidos, movimentos moralistas no início do século XX, culminaram com 18ª emenda da Constituição Americana, proibindo a fabricação, a venda, a importação e o consumo de álcool. Ficou conhecida como a Lei Seca, em inglês, Noble Experiment. Foi um movimento embasado nas teorias de um médico, Benjamim Rusch, que em 1784, apresentou os malefícios do consumo do álcool, isto fez criar diversos movimentos para banir o seu consumo.
Estudos mostram que em 1830, os norte-americanos consumiam 1,7 garrafas de álcool por semana, uma média três vezes maior que a registrada em 2010. No início a lei, promulgada em 16 de janeiro de 1920, foi respeitada e a fiscalização foi intensa, mas o contrabando e a venda ilegal fez crescer um comércio muito lucrativo.
Considerada um dos maiores fracassos legislativos da história, seu resultado foi exatamente o contrário, aumento da criminalidade, consumo de bebidas sem controle e criação de um sistema de criminosos, organizado e lucrativo que se denominou, Máfia. A mesma máfia que veio com os imigrantes italianos, encontrou terreno fértil para prosperar com a nova lei e se ramificou em diversos setores, como a exploração de Cassinos, como os de Las Vegas, cidade fundada pelos próprios mafiosos. Apesar de seu iminente e visível fracasso, a lei só foi revogada em 1933 a pedido do Presidente Franklin Delano Roosevelt.
A quem defenda a tal lei, pois os americanos após essa medida passaram a beber menos. Mas este fato se deu devido ao fato da cerveja e do vinho por serem fermentados, os tornou mais difíceis de fabricar no fundo de galpões escondidos e os destilados foram os preferidos, ou seja, os americanos passaram a beber menos e pior, pois a graduação alcoólica aumentou. Muitos idolatram tal época, “Nós tendemos a romancear homens como Al Capone e seus contemporâneos, mas eles eram tão violentos quanto os traficantes de drogas de hoje”, afirma a jornalista inglesa Lauren Carter, autora de Os Gangsteres mais Perversos da História.
Os atuais movimentos
Vemos reaparecer sempre movimentos que querem coibir essa ou aquela ação, por motivos de saúde, religiosos ou moralistas, mas que sempre se esquecem do que ocorreu com a Lei Seca. Uma pergunta que deve ser feita é, se isto se tornar PROIBIDO, será que seu efeito pode ser pior do que se for legalizado e controlado?
Países que legalizaram a maconha, como a Holanda e o aborto, como o Uruguai devem ser bem analisados, como matéria de experiência, pois será que conseguiram o efeito desejado ou tudo ficou fora de controle. Com estatística bem realizadas poderemos saber com certeza se vale a pena, e é claro, não existe via de regra, pois cada uma corresponde a um efeito diferente na sociedade.
Legalizar a prostituição é diferente de legalizar a maconha por exemplo, as pessoas afetadas são diferentes. Os círculos sociais e a forma com que a sociedade enxerga tais problemas podem resultar em situações completamente antagônicas. Na França se discute muito hoje, o casamento “gay” e a adoção de crianças por casais do mesmo sexo. As entidades católicas se mobilizaram contra e aparenta ter dado um efeito diferente do de outros países que já legalizaram tais ações.
A Lei Seca só foi revogada em 1933, devido a crise de 1929, quando os Estados Unidos teve uma quebradeira geral, muitas pessoas estavam desempregadas e as empresas faliram. Os argumentos para o governo ver vantagem em legalizar a bebida de novo, foram a arrecadação de impostos, a criação de empregos e um controle legal, pois pior do que as atividades dos mafiosos, eram os políticos que se envolviam nessas atividades e manchavam o governo com escândalos de corrupção.
“Todos os vícios, quando estão na moda, passam por virtudes.” Jean Molière