Porque dizem “cookie” quando querem dizer biscoito

Um cookie com bacon

“Please, ya que vas a Starbucks te doy cash y me traes una cookie de chocolate y un Chai Tea Latte que tengo que mandar unos e-mails urgentes y escribir unos tuits antes de que empiece el shooting”

Com esta frase, Susana Molina começa um interessante artigo no jornal El País de Espanha, ela siginifica:

“Por favor, vá ao Starbucks, te darei cash e me tragas um cookie de chocolate e um Chai Tea Latte que tenho de enviar uns e-mails urgentes e escrever tuits antes de começar o shooting.”

Como eu que já escrevi nesse blog, ela reclama do porquê de se utilizar palavras estrangeiras quando existem similares em seu idioma. O que já é preocupante, e ainda, o que é pior, como é que as pessoas que escrevem estão se esquecendo ou até não sabendo o fazer em seu idioma nativo. As palavras em inglês estão sendo incorporadas ao dia a dia e muitos acreditam ser o certo e não procuram sinônimos que sejam de sua própria língua.

Susana vê nesses casos um pouco de globalização e até um esnobismo por parte dos escritores que assim o fazem e que as pessoas que leem esses artigos acabam usando invariavelmente tais palavras. Quem usa palavras estrangeiras é tido como alguém que fala difícil e portanto é um “intelectual”.

No mundo digital é escabrosa a participação de palavras estrangeiras, diferente da Espanha que tenta manter alguns nomes, aqui nós falamos “mouse” para o dispositivo de entrada aliado do teclado. Mas em espanhol eles preferem o “raton” que é mais nacional.

No mundo da moda é bastante comum o uso de palavras estrangeiras, como as top models que viajam ao exterior e trazem além das novas tendências, na bagagem um novo vocabulário. Outro divulgador dessas palavras são as redes sociais como o “Livro de rosto” ou no original, Facebook.

O que dá muita curiosidade em saber, é sobre as diferenças nos alimentos, afinal, o que é mais gostoso, um cookie ou um biscoito, um bacon é mais suculento que um toucinho e um nugget é mais tenro que um empanado de frango.

Com certeza está difícil decidir, mas acredito que quando as pessoas tiveram um maior orgulho de seu idioma, fato que só se demonstrará com um melhor aprendizado, é que os departamentos de marketing e os ditos “especialistas” irão parar de acreditar de que só se falarem com termos estrangeiros poderão ser melhor ouvidos.

Fonte: El País

Le Monde se retrata com o Facebook

Alerta de Bug de segurança do Facebook

Após editar uma matéria que reproduz o que apareceu como um alerta no Metro fr. o Le Monde divulga uma matéria se retratando com o Facebook. Com o subtítulo de Explicações e Dúvidas o Le Monde retorna ao assunto para elucidar os fatos ocorridos.

Após a matéria do Metro, o Le Monde começa a receber centenas de e-mails de pessoas que se diziam “traídas” pelo Facebook, pois as mensagens que eles tinham postado como privadas até 2009, estavam reaparecendo na linha do tempo do seu mural como públicas. Eram casos de professores que diziam que seus alunos estavam sabendo de suas conversas privadas ou mulheres que tinham conversas intimas com namorados que agora eram de conhecimento das amigas e de familiares, entre outros. O Le Monde publica a sua matéria concomitante a entrar em contato com o representante francês do Facebook.

O engenheiro responsável, apesar de alguma demora, responde que os casos analisados não provam isso e o que tinha ocorrido é que essas conversas já estavam visíveis no mural dos clientes e que este não estavam sabendo utilizar a opção de “privacidade” devido as mudanças de uso da ferramenta e a instalação da linha do tempo.

Apesar disso, os casos começam a pulular em toda a parte e o Le Monde recebe mais e-mails, mas com nem um deles foi possível se provar que houve quebra de segurança por parte do Facebook e isto apenas provou as publicações oficiais da empresa que se prontificou em demonstrar as formas de uso de suas ferramentas de uso, como também as mudanças ocorridas nos últimos anos e suas consequências e benefícios para o usuário.

O Le Monde encerra concluindo que o Alerta foi desnecessário e que a única pessoa que pode modificar suas mensagens por esta rede social e torná-las públicas a qualquer momento é você mesmo.

Fonte: Le Monde, fr.

Um homem sem chapéu não é um homem

O chapéu faz o homem

Antigamente era assim, como hoje dizemos que, “me mostre os sapatos de um homem e lhes direi como ele é”, antigamente esse expoente da qualidade masculina era o chapéu. Ele indicava o status social e até mesmo o tipo de personalidade. O chapéu era adquirido e guardado de forma minuciosa, cada um para uma certa ocasião e para um tipo de roupa. Havia quem comprasse combinando com a mesma cor do terno.

Chapéus coco para os tradicionais, chapéus de palha para os tipos esportivos, aba curta, os mais usuais e abas largas para os mais inseguros, nunca se sabe quando pode chover. Para o trabalho no tempo, tecidos leves e palha trançada com aberturas para o ar. Cada tipo indicava alguma particularidade de seu dono.

Não importava o material, sempre elegantes, desfilavam imponentes em nossas ruas, nos cafés e em todas as casas havia, indiscutivelmente, um porta-chapéus ou um cabideiro a beira da porta de entrada. Sendo uma questão de  etiqueta e uma delicadeza oferecer um local de descanso para tão digno aparato.

Mas eles sumiram, a moda acabou ou simplesmente se tornaram obsoletos. Existem diversas explicações para a decadência do chapéu. As contínuas recessões do século XX, as grifes famosas começaram a investir em outros acessórios com mais praticidade. Tempos modernos, a pressão diária conduz a pessoa a ter menos tempo em se arrumar e preferir roupas mais simples.

Um marco para o fim do chapéu foi nos Estados Unidos, a eleição de John F. Kennedy como presidente, um homem que se deixava fotografar sem chapéu, apesar dos protestos das Associações de Chapeleiros do seu país. O presidente de uma dessas, enviava a John Kennedy todo os novos modelos que sua fábrica produzia, na esperança de que o jovem presidente americano fosse usar algum. Como o mesmo não acontecia, ele chegou ao cúmulo de suplicar:

– Use um chapéu, qualquer chapéu, mas use um pelo menos!

Fato que realmente não viria a ocorrer e ironicamente o presidente acabaria por morrer com um tiro na cabeça. Não digo que um chapéu o protegeria do projetil, mas que iria pelo menos, atrapalhar a mira de Lee Oswald, isso iria.

De lá para cá, em diversos países, houve a decadência do comércio e a falência da sua indústria. No Brasil, os grandes fabricantes de origem europeia, como o Ramenzoni em São Paulo (capital) e a Cury (Campinas) resistem com a abertura de novos nichos como os jovens sertanejos. A Cury bem que tentou uma sacada de marketing que infelizmente não se pode concluir da maneira esperada. O herói de cinema, Indiana Jones, utiliza no filme, um chapéu Cury que era até mesmo um complemento do personagem, pois tinha até mesmo a história de como ele ganhou o chapéu e mostrava como ele o estimava. Mas os estúdios que detinham a marca não aceitaram uma proposta de um contrato de marketing e uma campanha para um chapéu de nome Indiana Jones.

O fato é que hoje, muitos acreditam que tal indumentária seja para pessoas mais velhas e tradicionais que ainda usam. Mas nem esses podem negar que a presença de um homem de chapéu ainda impõe um certo respeito.