
Os homens e seus conflitos
Poderia ser definida como “a arte de condenar nos outros, os próprios erros”, é um paradoxo da existência humana e das relações. Segundo alguns especialista em educação infantil como Piaget e Vygotsky, o ser humano se descobre no momento em que vê o outro, as diferenças e as semelhanças o definem. Mas quando ele cresce, isso muda, aquilo que ele não suporta em si mesmo, também não aceita nos outros. Como aquela pessoa que vive irritada com tudo e com todos e ao menor sinal de felicidade alheia, solta algum comentário destrutivo.
Esse assunto é bastante extenso, portanto, planejo falar dele em partes, como Jack, o estripador. Agora, qual delas seria a mais contundente e de maior relevância. Afinal, todo dia somos vitimas e causadores de mais hipocrisia.
Que atire a primeira pedra, quem nunca fez um comentário acido sobre as roupas de alguém, ou dos seus modos. Agora, o que não podemos permitir é que se institucionalize isso. Se torne uma regra, uma lei. Pois é o caso dos assuntos definidos como “politicamente corretos”. Quando pessoas ocultam suas verdadeiras razões e seus opiniões particulares para tecer críticas a terceiros.
Cases (casos) é que não faltam: notícias pululam na internet como pulgas num cobertor velho. Como o que ocorreu com a polícia britânica que teve que pedir desculpas as mulheres, por causa de uma campanha de alerta, para que elas evitassem beber sozinhas, pois poderiam se tornar vítimas de assaltantes, estupradores e outros tipos de meliantes. Pois, as mulheres ficaram indignadas com o alerta, disseram que isso lhes feria a liberdade de fazer o que querem, mas se esquecem que, em muitos sites da internet existem fotos de mulheres que se excederam na bebida e ficaram, digamos, em situações bem constrangedoras, ou seja, muito vulneráveis a qualquer tipo de ataque.
Mas acompanhando o raciocínio dessas senhoras, eu também tenho direito a minha liberdade e quero exercer ele, como nos casos a seguir:
- vou deixar meu carro aberto e com o alarme desligado, afinal, não é lícito mexer nas coisas dos outros;
- não vou trancar o portão de minha casa, isso fere minha liberdade de ir e vir;
- vou deixar meu neto, de 4 anos de idade, ir a escolinha, sozinho, afinal não existe perigo;
- vou abrir minha carteira em lugares públicos e quando fizer compras ou usar o cartão no banco, vou falar a minha senha bem alto, afinal, quem irá notar.
Bom, as pessoas de bom senso que me perdoem a lista medonha que acabo de fazer, mas ela serve para mostrar como se confundem liberdade com anarquia. Somos seres sociais e a primeira coisa que devemos fazer é “descobrir que não podemos fazer tudo que queremos numa sociedade”, temos de ceder de um lado para receber do outro.
O que ocorreu nesse caso, serve para muitos outros, como na proibição de fumar em lugares públicos ou a de vender bebidas e cigarros para jovens. Os interessados diretos se sentem lesados em seus direitos, mesmo que recebam benefícios em troca. Infelizmente, os filmes que fazem apologia a uma vida sem regras, ou como dizem “vida loka”, é muito mais contundente em nossas novas gerações do que as antigas sabedorias populares.
Aquelas frases que nossos avôs diziam e que guardamos muito mais por “osmose”, de tanto ouvir, do que por conhecimento adquirido:
- a ocasião faz o ladrão;
- em boca fechada não entra mosca;
- quem criar cobra, acaba mordido;
- macaco velho não bota a mão na cumbuca.
Aqui estão alguns exemplos que mostram que a prudência e a cautela fazem bem a nossa vida, o difícil é colocarmos em prática, mas acredito que se isso fizer o bem a uma pessoa, valerá a pena dar o recado.
Minha proposta é discutir cada dia, um novo assunto, dentro desse tema, para expurgar esse repugnante vício que é a “hipocrisia humana”.
setembro 18, 2012
Categorias: Campanhas, Sociais . Tags:bom senso, campanha, cautela, conflitos, hipocrisia, humanos, sabedoria popular . Autor: angelinoneto . Comments: Deixe um comentário